Somos todos mamíferos, logo o leite é nosso primeiro alimento ao nascermos. Conforme amadurecemos o leite dá espaço a muitos outros tipos de nutrição, mas para a maioria das pessoas ele continua sempre presente. De fato, o leite de vaca e seus derivados compõem uma parte importante da dieta de um adulto. ” O consumo de derivados do leite de outros animais, como queijos e iogurtes de cabras e búfalas, também é bem difundido.
O leite vegetal não é de origem animal, e é produzido à partir de castanhas, frutos, raízes, grãos ou farelos, sendo o leite de soja o mais comum. Ele já é consumido em diversas culturas há séculos, como na China, onde o consumo de soja e derivados (como o tofu) é bem expressivo.
São muito procurados como substitutos por pessoas com intolerância à lactose ou com alergias ao leite de vaca. Com a expansão de movimentos como o veganismo (modo de vida que rejeita absolutamente todos os produtos que tenham origem animal), o leite vegetal tem se mostrado a melhor alternativa para uma dieta balanceada, mesmo que restritiva.
Após os meses de amamentação não somos mais naturalmente dependentes do leite. De fato, nosso sistema digestivo não foi sempre apto a digerir o leite de vaca, pois não temos a mesma fisiologia que o animal. Foi uma mutação genética muito positiva que nos fez passar a produzir a lactase, uma enzima que nos permite ‘quebrar’ a lactose, que é um açúcar, para que nosso corpo possa absorver.
Mas cerca de 65% da população mundial têm algum nível de intolerância a lactose. Essa condição é mais frequente em países do extremo oriente, o que explica o surgimento do leite de soja nesta região há milênios. Mas a bebida só chegou à América nos anos 80, quando passou a ser produzida por uma companhia nos Estados Unidos que começou a oferecer o produto. No Brasil ela chegou na década de 90.
O leite de soja era bem diferente no início da comercialização na América. O sabor, a textura e o cheiro não eram muito convidativos para pessoas acostumadas com o leite comum. Mas, desde então o produto foi sendo constantemente aperfeiçoado de olho no mercado americano e hoje ele ocupa uma posição importante na indústria de alimentos. O mesmo ocorre com os leites feitos à partir de outros vegetais, que gradualmente vem sendo melhorados para agradar ao paladar dos mais diversos públicos, além de serem cada vez mais ricos em nutrientes, que são adicionados durante os processos industriais.
O leite de vaca e seus derivados ainda são nossa fonte mais acessível de cálcio, fundamental para a saúde dos ossos e dentes. Um copo dessa bebida tem cerca de 300mg de cálcio. Então, os fabricantes de leite vegetal normalmente adicionam cálcio em seus produtos para que eles sirvam de substituto, sem que hajam carências nutricionais para os consumidores. Então, ao consumir leite vegetal industrializado vale a pena conferir os valores nutricionais que cada um deles oferece. Essas informações devem vir especificadas na embalagem.
Além do leite de soja, atualmente os mais comuns são o leite de amêndoas, de coco, de aveia e de arroz. Mas é possível extrair o líquido de muitas castanhas comestíveis, e já existem no mercado máquinas que produzem leite à partir de muitos tipos de castanhas e grãos. Outros vegetais também são usados para a produzir leite, como o nhame. Por essa grande variedade de possibilidades, os nutrientes e efeitos à saúde variam de acordo com cada matéria prima. O sabor também varia de acordo com os diferentes vegetais usados, o que possibilita várias combinações e receitas com gosto diferenciado.
Os leites vegetais industrializados passam por um tratamento térmico que mata todas as bactérias presentes no líquido, possibilitando assim o envase e conservação prolongada. Já o produzido em casa pode ser considerado ‘vivo’, já que ainda contém a ação de microorganismos fermentadores. Se conservado no refrigerador o líquido dura de 3 a 5 dias, dependendo do nível de oxidação dos ingredientes e a qualidade da matéria prima. Para muitos o sabor do leite vegetal melhora após um período de ‘maturação’, pois ele não estraga da mesma forma que o leite de origem animal.
Despertou sua curiosidade? Confira abaixo algumas receitas bem fáceis de leite vegetal para você fazer em casa:
1 Copo de amêndoas cruas e sem sal ou açúcar
4 copos de água
Modo de preparado
Deixe as amêndoas de molho em água por cerca de 8 horas para umedecer. Escorra a água. Bata no liquidificador com 3 a 4 copos de água conforme a consistência que adquirir. Passe por um coador fino ou um pano limpo.
1 coco seco
1 litro de água quente
Modo de preparado
Retire a água do coco e separe. Quebre a casca e retire toda a polpa, se sair aquela pele marrom o leite pode ficar levemente colorido, mas não altera o sabor. Bata a polpa com a água quente e a água do coco. Se preferir, coe.
1 copo de aveia
4 copos de água
Modo de preparado
A preparação é similar ao da amêndoa, mas a aveia precisa de 1 hora de molho. Após hidratar coe a aveia e bata no liquidificador com os 4 copos de água até ficar homogêneo. Coe com um coador fino ou um pano.
1 nhame médio descascado
Água até dar o ponto
Modo de preparado
Cozinhe o nhame até ficar bem amolecido. Escorra e descarte a água do cozimento. Bata no liquidificador adicionando água até ficar com a consistência do leite. O rendimento varia de quanta água foi adicionada
Todas as receitas duram até 3 dias na geladeira.